sábado, 22 de agosto de 2009

Cale-se

Ao anoitecer, no dia seguinte, quando Jean Valjean saiu, a moça foi para o jardim. De repende, teve a sensação de estar sendo acompanhada. Virou-se. Era Marius. Magro, pálido, sem chapéu e muito emocionado. Ela quase desmaiou. Encostou-se em uma árvore, com o coração palpitando. Ele aproximou-se. Murmurou:
- Não tenha medo. Venho aqui todas as noites na esperança de vê-la. Leu minha carta? Espero que não esteja zangada. Perdoe minha ousadia. Mas se não lhe falasse, morreria.
Percebeu que Cosette estava prestes a desmaiar. Correu até ela. E a amparou com os braços.
- Então, também me ama? Perguntou ele.
- Cale-se! Sabe que sim! - Respondeu a moça com a voz fraca.
Marius sentou no banco, e ela ao seu lado. Não sabiam o que dizer. Como se encontraram seus lábios? Como a ave cantar, a rosa florescer?
Um beijos, eis tudo.
Após o beijo, ambos estremeceram e se olharam, fulgurantes.
Ela deitou a cabeça em seu ombro.
- Como se chama? Perguntou
- Marius. E você?
- Cosette.

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